segunda-feira, 27 de outubro de 2008

SAI DO SOFÁ E VAI AO INDYCAT PIANO BAR.


sábado, 11 de outubro de 2008

OS LUVAS D’AMIANTO CAPÍTULO I


FÉLIX



-“…tudo era queimado com prazer, e não queimavam os dedos.
Usavam luvas de Amianto!”-não sei quem, mas alguém disse.
-É isso Vasco, tá aí o nome para a banda!
Os Luvas de Amianto! - disse Félix
-Tás a brincar? – disse eu.
Félix engasgou-se entre uma passa e uma gargalhada e eu fiquei a pensar nas metáforas possíveis para “OS LUVAS D’AMIANTO”.
Bem…embora ainda não houvesse Banda, era urgente um nome, e a sugestão partira de Félix (uma estrela no céu).
Félix era o meu”Roadie” (assistente de palco) de sempre.
Mantínhamos há muitos anos uma parceria, qual D.Quixote e Sancho Pança, a lutar contra moinhos de vento.
O projecto”LUVAS D’AMIANTO” foi fundado e lavrado em acta na garagem de Miguel Pais em Arca d’Agua (Paranhos).
Miguel pais (Bateria)
Rui Ramos (Guitarra solo)
Vasco Balio (Compositor, voz, guitarra acústica e harmónica)
Félix (Roadie)
Por aí ficamos muitas noites, entre dois dedos de conversa e rock’n rool.
Passaram por essa “Famigerada “garagem também, muitos músicos e amigos que iam e voltavam como as estações.
O nome foi resistindo. Foi escrito em dois cartazes de Festivais de Garagem; TIRO AO ROCK e Festival de Música Moderna Portuguesa de Gondomar


OS LUVAS D’AMIANTO CAPITULO II

“PROCURA-SE BAIXISTA “
Os Luvas d’Amianto viviam por esses dias de tertúlias e tentativas frustradas de “segurar” um baixista.
Já lá tinham passado o Eduardo “Mãos de Tesoura” e o João Rodrigues entre outros músicos mais ou menos ilustres.
Senti que, se quisesse gravar ou fazer algo musical mais sério, (com todo o respeito e laços que tinha com a actual formação) teria que passar por um periudo “sabático”, de meditação (cheguei a pensar em refugiar-me nas Montanhas do Tibete) e procurar alguém que gravasse o meu registo sonoro.
E fui á procura.

OS LUVAS D’AMIANTO CAPITULO I I I

G.G.&Ca / “TOUR-PRÁ ESTRADA
Depois de conhecer, pessoalmente, Gil Garrido e depois do tempo passado em estúdio, era hora de ir para a “estrada” (bares, festivais) com ou sem banda, porque não tinha ainda músicos disponíveis para o projecto.
Em boa hora tinha “investido “ no G.G.& Ca (estúdios de produção) que me pôs a disposição um leque considerável de bons músicos.
Estes embora tivessem ligações prioritárias a outros projectos, disponibilizaram-se a ajudar.
O primeiro concerto (Vasco Balio, Acústico) da “TOUR-PRÁ ESTRADA” foi no dia 8 de Dezembro de 2007 no INDYCAT PIANO BAR em Broalhos/Medas e os músicos foram:
Miguel Pais (Bateria)
Gil Garrido (Baixo)
Serafim Martins (Guitarra solo)
Vasco Balio (Guitarra, voz e harmónica)
Indy Paiva (Convidado Especial no Piano)
Foi uma noite solene.
Grande noite …
No UPTOWN (Cedofeita) os músicos foram:
Pedro Machado (Bateria)
Gil Garrido (Baixo)
Serafim Martins (Guitarra solo)
João Mascarenhas (Piano)
Vasco Balio (Guitarra acústica, voz e harmónica)
Devido á indisponibilidade dos músicos, fiz muitos concertos a sólo dos quais eu destaco pelo carácter emocional a Festa de Natal dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira e o Natal dos Hospitais (Hospital Padre Américo em Penafiel) a convite da Rádio Clube de Penafiel.
A “TOUR” (Tournée) não era bem uma Tour, era mais um “Kit” de Tour portátil.
Não tinha camiões TIR e a logística era apenas a minha velha guitarra (Jasmine) a quem eu aproveito para apresentar publicamente as minhas desculpas pelos maus tratos e “Pregos” que lhe tenho dado.

LUVAS D’AMIANTO CAPITULO IV

“TIRO AO ROCK”
Em Outubro de 2008 convidei Carlos Ice (Guitarra), Fernando Pereira (Baixo) e João Tiago Barbosa, para participar no Festival TIRO AO ROCK, organizado pelo Clube de Caça e Pesca de Aguiar (S.Cosme, Gondomar).
A participação valeu-nos o 1º prémio e entrada directa no Fest.de Música Moderna de Gondomar onde fomos á final e ganhámos o 3º prémio.
Foi também a oportunidade de ter no projecto dois bons músicos e amigos; Indy Paiva (Piano) e António Carlos (Clarinete).
Por incompatibilidades de ordem de direcção musical ou de direcção do projecto, Carlos Ice e João T.Barbosa decidiram pôr os seus lugares á disposição.
Fica aqui registado o meu agradecimento aos mesmos, pelos bons e maus momentos, na certeza de que a amizade será para sempre.
A história dos LUVAS D’AMIANTO E A “TOUR – PRÁ ESTRADA” tem sido “basicamente” assim, com nódoas e medalhas tem resistido com a força dos músicos que ajudam.
LUVAS D’AMIANTO contam actualmente com Fernando Pereira, Indy Paiva e António Carlos para alem de mim, claro.
Luva D’AMIANTO entre muitas outras coisas é e será sempre sobretudo uma homenagem ao “Roadie” (assistente de palco) falecido José Manuel Pereira Teixeira, carinhosamente conhecido pelos amigos por FÉLIX.
Ps: Perdoem-me, todos os que seguiram os IV capítulos, pela minha falta de ordem cronológica.
O mundo tem tantos anos que eu julgo sempre que as datas são meras fracções de segundo e não as consigo registar.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Acerca do “Se…

Não sei bem dizer quando começou a ideia de gravar o meu registo sonoro; resumir uma história ou Epopeia não é fácil sem omitir pormenores relevantes.
Lembro-me que andava “entre o ócio e as esquinas” (citando Jorge Palma in “Voo nocturno”, entre algumas entrevistas falhadas para emprego e inúmeras responsabilidades presentes e futuras. Sou pai.
Algum “back ground” amador e dois punhados de canções que escrevi, serviram de fórmula para a depressão que por estes dias é tipicamente portuguesa.
Pois…tinha dois punhados de canções mas faltava-me o Alfaiate que as vestisse a preceito.
Daí a Gil Garrido a distância era de pouco mais que um Km, entre S.Pedro da Cova e Quintã de Baixo. Porque a distância entre gostos e atitude não chegava a existir.
Celebramos um acordo verbal como antigamente e com a ajuda (grande ajuda) de Serafim Martins embarcamos numa Epopeia de meio ano, sem horários marcados.
Após meio ano, dei comigo a enviar a” pré-produção” para tudo que era meio de comunicação; editoras, rádios, tv…etc, na certeza de que para mim qualquer “corte” era currículo.
Durante esse tempo, esteve sempre presente em conversas formais e ao mais alto nível, a hipótese”Se…”.

-“Se te dedicasses á costura…”
-“Se viesses noutra altura …”
-“Se tivesses agenciamento, editora…”
-“Se fosses á televisão…”
-“Se tivesses dinheiro…
-“Se colasse…”
-“Se fosses para o ca…”

…entre outras frases típicas dos amantes do marasmo e de alma pequena.

Após um indeterminado número de “cortes “, decidi editar por conta própria (edição de autor) e por conta, também, de alguns amigos patrocinadores.

“Se…” é uma edição limitada (300 cópias) autorizada pela S.PA., na qual se pode ouvir 10 canções, das quais 7, são de minha inteira autoria.
O tema “Após tanto caminhar”, trata-se de um poema oferecido Serafim Gesta (Mazola); o poema”O relógio”, foi cedido pelo o detentor dos direitos do poeta José Carlos Ary dos Santos e a versão “Bom dia” foi cortesia de Jorge Palma em termos de cedência de direitos.
O “Ladrão sem sorte “ é uma reinterpretação da canção “La mouvaise reputation “de George Brassens com o aval de Luís Cília.

“Se…”, foi e continua a ser uma grande experiencia para mim!

Abraços para os amigos
e até a próxima…edição

Vasco Balio

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Cartoons.

Essa gravata que usas
Essa gravata que usas, a condizer com o resto
Contrasta com esse ar carregado, sem transparecer
-
Esse relógio que abusas, sinal de ostentação
Nem por isso te alegra o tempo que tens para viver
Ao consumismo imposto por eles
Já te rendes-te sem dares por isso
Não os pudeste vencer, não é façil
Fizeste-te sócio do capitalismo


E esse brinco que usavas, que nem sequer era de oiro
Vincava a tua irreverência, ficava-te a matar
E as certezas que tinhas, podias mudar o mundo
Hoje são para ti utopias, deixas-te de sonhar


Ao consumismo imposto por eles
Já te rendes-te sem dares por isso
Não os pudeste vencer, não é façil
Fizeste-te sócio do capitalismo

E o que foi feito dessa arvore
E o que foi feito desse livro
E o que foi feito desse filho
O que foi feito de ti

Só tu para me salvar o dia

Ladrão sem Sorte
Nesta terra sem pretensão
Eu tenho má reputação
Mal trapinho ou engravatado
Dizem que sou mal comportado
Porem eu não faço mal nem bem
Nesta minha vida de Zé Ninguém
Mas que vida mais triste tenho
Querendo viver fora do rebanho

De dedo em riste todos me acusam
Salvo os manetas que o não usam

Quando vejo um ladrão sem sorte
Fugir dum chúi que é bem mais forte
Meto o pé e com uma rasteira
Lá vai o chui pela ribanceira
Mas na Guarda nacional
Não acham isto natural

Todos correm atrás de mim
Menos os coxos, é natural

Cuidado que eles vêem aí
E não é para dar nada a ninguém
Cuidado põe-te fino
Abriga-te Avelino
Cuidado que eles vêem aí

Todos verão o meu funeral
Menos os cegos,é natural
Tributo a Luís Cilia/George Brassens


Junto ao Balcão
Presumo que haja algum mal entendido
Deve haver alguma confusão
Eu estou à tua espera à hora marcada por ti
Conforme foi combinado, junto ao balcão

Eu vou seguido a conversa com os meus botões
Por entre um trago de whisky, vou arranjando razões
Vou arranjando desculpas para o teu atraso
Vou descobrindo certezas para meu embaraço
São as tuas virtudes, são os teus defeitos, tão perfeitos
Aliados ao fraco tão forte que eu tenho por ti

E enquanto num canto do Bar
Há uma voz que começa a cantar
Em tons tristes de menor
Que atordoa o meu esperar
E a voz envelhecida em cascos de Carvalho
Diz-me que és causa perdida
Carta fora do baralho

Presumo que haja algum mal entendido
Deve haver alguma confusão
Eu estou à tua espera à hora marcada por ti
Conforme foi combinado, junto ao balcão

No Meu Quarto
Pudesse eu traduzir
O que me vai no coração
Poder fazê-lo, fosse tão fácil
Um simples gesto ou uma expressão


Tomara ser imune
Ser indiferente
Ao teu olhar perverso
E inocente
Guardava-me de ser
Alguém confuso e frágil
Algo inconstante, constantemente



Á noite no meu quarto

Onde a inspiração por vezes tem marés

É ver-me a escrever-te, com rascunhos até os pés

De Embraiagem
Por entre o fumo desta cidade
Eu vou seguindo de Embraiagem
Obedecendo aos sinais do tempo
Vou evitando a derrapagem

Cruzando as ruas desta cidade
Eu vou expondo toda a bagagem
Vou escondendo o meu lamento
Na ansiedade duma paragem

Eu faço parte desta cidade
Que atropela o mais distraído
Que vai dançando ao som dos escapes
A melodia feita ruído


Pára, tens que parar
Para fazer sentido
Saber em que sentido

Cruzando ruas e avenidas
Sempre em constante movimento
Cruza-se gente e almas perdidas
No alcatrão e no cimento

É o passo lestro que se faz tarde
É o volante e o motor
Olhar somente para a frente
Ou no espelho retrovisor

Eu faço parte desta cidade
que atropela o mais distraído
Que vai dançando ao som dos escapes
A melodia feita ruído

Pára, tens que parar
Para fazer sentido Saber em que sentido


Descando do Guerreiro(Amanhã é Sabado)
Sexta-feira o guerreiro cansado e deprimido

Desejou o tempo inteiro o descanso merecido

Foi prós lados da Ribeira, na Rua dos Mercadores

Onde afogou a noite inteira, em cerveja as suas dores

Alonga-se a conversa, a garganta seca aleija

Faz contas ao orçamento, manda vir outra cerveja


Amanhã é Sábado, valha-me ao menos isso

A ressaca não perdoa, mas eu não tenho compromisso

Aos olhos já cansados dos fumos orientais

Vão chegando lentamente os engates triviais


E o cigarro permanente traz à memória um momento

De velhos dias de gloria que jazem no pensamento

O corpo reclama o regresso do guerreiro

Aos lençóis da sua cama vai, dormir o dia inteiro

Talvez possa lá voltar na próxima sexta – feira

Se o orçamento deixar, hade haver uma maneira


Amanhã é Sábado valha-me ao menos isso
A ressaca não perdoa mas eu não tenho compromisso
Ele sente-se uma peça do sistema industrial Diz que a sexta na Ribeira é um direito Universal

Após tanto Caminhar (Portugal ,minha terra.)
Andei por terras diversas
Corri portas e travessas
Campos, montes, passei rios
Vi palácios sumptuosos
Casas de vultos famosos
E barracas de gentios
Andei, andei sem parança
Sempre na mira, na esperança
De conhecer Portugal
Andei pelo Douro sozinho
Cheguei ás partes do Minho
Onde o verde é divinal

Após tanto caminhar
Eu não vos posso ocultar
O que somei em geral
Há muita nação airosa
Mas para mim a mais formosa
Ainda é Portugal

Caminhei por Trás – os Montes
Passei pontões, dobrei pontes
Vi cenários de mil cores
Fui ás beiras sem cansaço
Vi apanhar o sargaço
Na Apúlia dos pescadores
E após tanto caminhar
Eu não vos posso ocultar
O que somei em geral
Há muita nação airosa
Mas para mim a mais formosaAinda é Portugal


Bom Dia


Hoje, eu tenho asas nos pés, só me apetece dançar
Tanta cara bonita, tantas mãos a acenar
Eu sou um balão colorido e mágico
Bom dia


Ontem já passou, amanhã pose ser bom
Mas hoje é o melhor dia que há, eu nem preciso de fé
Eu felizmente não preciso se nada
Bom dia


Hoje eu sou um homem contente ao serviço do amor
Sou o próprio sonho e desconheço a dor
Eu sou o vagabundo mais feliz que existe
Bom dia


Eu hoje sou mais forte que os Deuses
Mais certeiro que a morte
Estou por cima da queda, mais seguro que a sorte
Eu sou o Universo inteiro a sorrir
Bom dia

Tributo a JORGE PALMA




Obrigado!!